De cada vez que é oficialmente divulgado um dado económico ou financeiro positivo para a Região, o PSD/Açores, para não ter de lidar com a realidade, cria artificialmente um discurso negativo. É recorrente a tentativa do PSD/Açores de fazer crer que as contas públicas dos Açores atestam que as nossas finanças estão mal, mesmo quando todas as entidades oficiais, independentes e insuspeitas, como é o caso recente do Instituto Nacional de Estatística, revelam o contrário.
Num ano em que o país obteve o défice mais baixo da história da Democracia portuguesa (2,1%), a Região conseguiu, ainda assim, registar um valor de 1,5%, demonstrando claramente que mantém as finanças públicas saudáveis e desmentindo sem margem para dúvidas os habituais profetas da desgraça. O mesmo se pode dizer da dívida pública regional, que se mantém nos 40% do Produto Interno Bruto (PIB), quando o anterior Governo da República do PSD/CDS-PP deixou o país com uma dívida de cerca de 130% do PIB. Aliás, o valor registado na Região, que o PSD/Açores considera “preocupante”, é muito mais baixo do que, por exemplo, o da França (96,2%), o do Reino Unido (89,1%), e o da Finlândia (63,6%), e é ainda mais baixo do que o da Suécia (43,9%) e o da Dinamarca (40,4%), só para mencionarmos países que são tidos como de referência em matéria económica.
Além disso, há que, em nome da coerência política, ter memória. Depois de ter viabilizado no Parlamento o investimento das SCUT – aliás, havia mesmo no PSD quem quisesse SCUT’s em outras ilhas para além de S. Miguel -, o PSD/Açores usa agora o valor estimado da sua renda para fundamentar o seu discurso catastrofista. Foi a favor, mas na hora de assumir a responsabilidade dos custos é contra, porque isso dá jeito para poder continuar a dizer que está tudo mal nos Açores.
O PSD/Açores nunca acertou na conta global da dívida pública regional. Mesmo quando o país estava sob assistência financeira e a troika afirmava que as finanças públicas dos Açores, ao contrário das nacionais e das da Madeira, não apresentavam motivos de preocupação, o PSD fazia exercícios públicos de inflacionamento da dívida regional, ao invés de se colocar ao lado dos Açorianos na difícil tarefa de recuperar a nossa economia.
Felizmente, houve quem tentasse sempre. Felizmente, os vários indicadores económicos que têm sido relevados por entidades insuspeitas têm demonstrado que valeu a pena e que foi possível fazê-lo sem perder o desejável equilíbrio das finanças públicas e sem deixar de atender às necessidades específicas dos mais fragilizados e das nossas empresas. Tal facto deveria constituir motivo de satisfação para todos, mesmo para aqueles que querem ser poder.